Pesquisadores

Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Unicamp

Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq. Bacharela em Antropologia e licenciada em Ciências Sociais na mesma instituição. É vinculada ao Centro de Estudos Rurais (Ceres) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e colabora com a Revista do Centro de Estudos Rurais (Ruris). Atua na área de Antropologia, com interesse em: políticas públicas, conhecimentos tradicionais, patrimônio e agricultura.

Pesquisa atual: “'Tá na hora da roça' temporalidades, atores e a patrimonialização do Sistema Agrícola Tradicional quilombola do Vale do Ribeira- SP.”

Resumo: “A campanha ‘Tá na Hora da Roça’, promovida pelo Instituto Socioambiental em parceria com as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira foi iniciada com objetivo de pressionar o governo de SP a autorizar a emissão das licenças de supressão de vegetação e respeitar o tempo de envio das autorizações para a abertura das roças de coivara pelas comunidades. O objetivo deste projeto é analisar as distintas temporalidades que compõem a roça de coivara, sendo esta um espaço privilegiado para evidenciar modos de vida múltiplos e ampliados, permitindo o encontro e a circulação de pessoas, animais, plantas, terra, fogo, rio, memórias, papéis (documentos, multas, títulos), etc. Em nível de hipótese, procuro olhar para a roça de coivara e seus distintos tempos como um fazer político das comunidades quilombolas, desencadeando processos de reivindicação de direitos específicos e singulares como a patrimonialização do SAT quilombola, e como este pode vir a atuar na luta dessa população pela permanência e uso do território, e na adequação de políticas públicas, como as licenças ambientais. Portanto, busco investigar a roça de coivara quilombola a partir das disputas de concepção de natureza e conservação.”

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera

Doutorando em Ciências Sociais/Unicamp

Doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. Fez mestrado em Ciência Política pela mesma universidade e graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: políticas agrárias, agronegócio, desenvolvimento, instituições políticas, interesses e decisões políticas institucionais (no campo da Ciência Política e Sociologia Rural) é membro pesquisador do Centro de Estudos Rurais - CERES/Unicamp. 

Pesquisa atual: “Formas e processos políticos do agronegócio brasileiro: articulações de interesses e decisões políticas institucionais nas cadeias produtivas de soja e carne."

Resumo: "Evidências históricas mostram que o pacto político de configuração do agronegócio resultou do ajuste da conjuntura internacional com os interesses políticos e econômicos do setor produtivo coordenados por atores políticos de uma ampla concertação política do setor. Dessa forma, a questão central colocada aqui é como a agenda política governamental brasileira dos últimos 16 anos (2002 – 1018) foi reconfigurada favoravelmente à reestruturação da economia política do agronegócio como modelo de desenvolvimento em detrimento de uma política de reforma agrária. Ou seja, como e por que a agenda governamental deliberou proposições favorável ao modelo de desenvolvimento pautado na economia política do agronegócio. Para esse fim, cabe explorar os detalhes da configuração institucional que condicionaram as formas e processos de institucionalização da economia política da agropecuária brasileira na agenda legislativa decisória. Tomamos como objetivo os seguintes pontos: 1) Caracterizar a configuração que levou a consolidação e institucionalização da agenda legislativa do agronegócio ao status de política pública priorizada pelo estado; 2) Identificar em que momento político e, sob quais condicionantes a conjugação de interesses do setor agropecuário brasileiro se apesenta como parte do projeto político do social-desenvolvimentismo; 3) Especificar quais e como determinadas mudanças institucionais de execução do projeto político de desenvolvimento contemplou a configuração institucional de reestruturação do agronegócio na esfera estatal; 4) Identificar social e politicamente os atores políticos centrais (organização, entidade de classe, cargos, partidos, bancada, status, poder de veto) no processo de elaboração e deliberação das decisões políticas aceca das principais commodities agrícolas (soja e carne) do processo políticos de reestruturação agronegócio entre 2002 e 2018; 5) Explicar qual foi o papel do Estado na configuração política e institucional de inserção das demandas de reestruturação do agronegócio no projeto político de desenvolvimento do período recente."

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera  

Doutoranda em Ciências Sociais/Unicamp

Doutorado (em andamento) em Ciências Sociais na Unicamp, graduação e mestrado em administração na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Tem experiência na área de desenvolvimento social, com ênfase em desenvolvimento rural, atuando principalmente nos seguintes temas: vale do jequitinhonha, agricultura familiar, segurança alimentar, mercados locais, regionais, institucionais, políticas públicas para agricultura familiar, desenvolvimento local. Experiência ligada a temáticas de desenvolvimento regional sustentável e políticas públicas voltadas para o meio rural

Pesquisa atual: “O saber e a vivência: a construção do conhecimento local na execução de um programa de gestão dos recursos hídricos na região do alto Jequitinhonha, MG”.

Resumo: “A pesquisa analisa os processos de construção do conhecimento local a partir das narrativas e justificações de 3 agentes na execução de um programa de gestão de recursos hídricos na região do alto vale do Jequitinhonha, MG: o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV), responsável pela gestão e execução do programa. O CAV é uma ONG que nasceu em 1994, formada por agricultores familiares, que atua em 3 eixos temáticos: água e ambiente, agroecologia e empreendimentos solidários; o Centro de Voluntariado Internacional (Cevi), ONG italiana de cooperação internacional, responsável pelo financiamento do programa e parceiro do CAV em suas atividades desde 1994, e a Universidade Federal de Minas Gerais, que desenvolve atividades de pesquisa e extensão em parceria com o CAV desde 1998.”

Orientador/a: José Maurício Arruti

Departamento de Antropologia/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Fez mestrado e graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Em 2013, recebeu o prêmio de melhor monografia na categoria Jovénes Investigadores da Associação dos Cientistas Sociais da Religião do Mercosul (ACSRM), resultado da pesquisa de Iniciação Científica, financiada pela FAPESP, intitulada “Os santos de casa: um estudo sobre família, comunidade e religião no menor município brasileiro”. É pesquisador do Centro de Estudos Rurais (CERES) e membro do corpo editorial da RURIS - Revista do Centro de Estudos Rurais. Seus interesses de pesquisa versam sobre os seguintes temas: cultura popular, ruralidades, rituais e religiosidade.

Pesquisa atual: “A ‘arte do rodeio’: uma etnografia da Festa do Peão de Barretos/SP.”

Resumo: “O objetivo desta pesquisa é explorar, a partir de uma perspectiva antropológica, um conjunto de práticas e sentidos que envolvem o mundo do rodeio no Brasil. Nos últimos anos, nota-se uma crescente valorização em torno das festas de rodeio (ou festas do peão), feiras agrícolas, exposições de animais, entre outros eventos ligados ao agronegócio. De longa tradição no meio rural brasileiro, as festas de rodeio, em particular, se transformaram em bens simbólicos altamente rentáveis no mundo do entretenimento e no negócio das culturas populares a partir de meados da década de 1980. Mais recentemente, os rodeios – assim como as vaquejadas – foram reconhecidos pelo Estado brasileiro como manifestações culturais do patrimônio cultural imaterial. Ainda que permeadas de controvérsias acerca de seu valor cultural, especialmente por causa das acusações de maus tratos aos animais nas competições de rodeios, essas festas ganharam legitimidade e assumiram, na esfera pública, a expressão política de um contexto mais amplo marcado por ideologias e disputas em torno de uma determinada noção de “cultura”.  Como porta de entrada para compreender esse universo, lança-se mão da expressão “arte do rodeio”, enquanto categoria nativa, a fim de problematizar questões relativas à noção de “cultura popular” e suas dimensões políticas. Para isto, realiza-se um levantamento etnográfico da Festa do Peão Boiadeiro de Barretos, um megaevento country que ocorre anualmente no interior do estado de São Paulo.” 

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera.

Departamento de Antropologia/Unicamp

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (2015), bacharelado em Ciências Sociais na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e é mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Possui especialização no curso "Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo"  na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fez graduação em Ciências Sociais e Ciências Econômicas, ambas pela UNICAMP. Desenvolve pesquisas  relacionadas à Sociologia e Antropologia das Crianças e Infância(s), brincadeiras e brinquedos, impactos socioambientais da implementação e operação de barragens, assim como conflitos sociais envolvendo a disputa por terra, território, água e energia.

Pesquisa atual: “O Bento das crianças : o (re)fazer da vida após o rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG).”

Resumo: “Este trabalho visa analisar o modo como as crianças atingidas por barragens de Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana-MG, refazem suas vidas após o rompimento da barragem de Fundão. Explora-se etnograficamente como a partir das crianças é possível compreender o conflito social derivado desse crime, tendo em vista que as crianças são sujeitos centrais na disputa e negociação dos processos de reparação, assim como também o são os espaços frequentados por elas, um deles a escola. Investiga-se a trama de relações sociais em Mariana (MG) em torno da questão das reparações, na qual se entrelaçam os atores e as noções de crianças, família, escola, casa, Fundação Renova, Bento, Mariana e Estado. A partir destas relações são colocados em disputa os modos de gestionar a vida dessas crianças e a forma como estas refletem sobre sua própria experiência após o rompimento da barragem. Dessa forma, busca-se compreender as maneiras através das quais os moradores de Bento, e em particular as crianças por meio das suas brincadeiras, refazem suas vidas, destacando como as categorias mobilizadas de ‘criança’, ‘atingido’ e ‘família’ são moldadas e construídas neste contexto etnográfico.”

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera

Departamento de Antropologia/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da FAPESP. Fez mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas e graduação em Ciências Sociais (Habilitação em Sociologia e Antropologia) pela mesma universidade. Desenvolve pesquisas nos seguintes temas: movimentos sociais, estudos rurais e etnologia indígena. É membro do Grupo de Trabalho da CLACSO intitulado Reinvenciones de lo común (2019-2022), coordenado por Maria Ines Fernandez Alvarez- SIPFyL/UBA (Argentina), Nashieli Rangel Loera- IFCH/UNICAMP (Brasil) e Pablo Jaramillo- CESO/UNIANDES (Colômbia). Em 2012, foi premiada com o Segundo Premio de Posters - II Congreso Boliviano de Botánica y III Congreso Latinoamericano de Etnobiología (La Paz, Bolívia).

Pesquisa atual: “Espaços de vida em disputa: o caso das retomadas indígenas Guarani e Kaiowá em Dourados (MS).”

Resumo: “O estado do Mato Grosso do Sul concentra a terceira maior população indígena do país. Grande parte dessa população vive no sul do estado em pequenas terras indígenas, conhecidas pelos índios e pela população local como reservas. Porém, desde 1980 famílias Guarani e Kaiowá passaram a reivindicar o direito de viver nos territórios dos quais foram expulsos e passam a organizar sua luta por meio de retomadas das suas terras, reconhecidas como de ocupação tradicional (tekoha), com a finalidade de reivindicar novas demarcações por parte do Estado brasileiro. Como parte destas ações montam acampamentos localizados às margens de rodovias. O objetivo deste projeto é compreender, a partir da etnografia de três áreas de retomadas Guarani e Kaiowá, localizadas no município de Dourados/MS, os sentidos de ‘terra’ mobilizados por esses povos e como esta noção se defronta com as noções de terra do Estado, do agronegócio e do setor imobiliário, que também disputam a apropriação destes territórios tradicionais. Este projeto dá continuidade à pesquisa realizada durante o mestrado, agora com o objetivo de ampliar a discussão e alargar categorias como terra e territorialidade, bem como analisar a relação do crescimento urbano e da especulação imobiliária sobre as áreas de reivindicação indígenas.”

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera

Mestrado (em andamento) em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, Brasil. Fez graduação em Antropologia na UNICAMP. Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: antropologia rural, etnografia multi-espécies e antropologia da ciência e da tecnologia. Recebeu o Mérito Científico XXVI Congresso de Iniciação Científica da UNICAMP, Pró-Reitoria de Pesquisa da UNICAMP.

Pesquisa atual: “As qualidades singulares dos orgânicos: uma etnografia das práticas de certificação participativa.”

Resumo: “A produção e o consumo de alimentos orgânicos no Brasil vêm aumentando nos últimos anos. A desconfiança em torno dos alimentos dos sistemas convencionais e o aumento da liberação de insumos químicos levaram a uma politização do tipo de alimento que as pessoas querem comer. Assim, uma parte de agricultores, processadores, consumidores, agrônomos e técnicos agrícolas estão apoiando a agricultura orgânica como uma alternativa aos sistemas agroalimentares convencionais. No entanto, muitos deles não apoiam a certificação por terceira parte, devido aos altos custos da certificação, às políticas de partes independentes e à não participação dos agricultores no processo de tomada de decisão. Diante disso, os produtores estão reivindicando que os Sistemas Participativo de Garantia (SPG) têm o potencial para ser uma tecnologia social e um canal deliberativo para as partes interessadas, especialmente aos pequenos agricultores. Por meio da observação participantes em reuniões, cursos de capacitação, atividades de vistoria e eventos, estou conduzindo questões a respeito dos esforços colaborativos para instituir a qualidade orgânica no final do processo e seus efeitos para os envolvidos. Isto também está sendo complementado por pesquisa com documentos (atas, planos de manejo orgânico, documentos de vistoria e relatórios oficiais) e entrevistas com os principais atores envolvidos em diferentes partes da certificação. Os resultados preliminares apontam que, embora o SPG tenha sido pensado em suas origens como um mecanismo participativo, o organismo de certificação acaba gradualmente se tornando um instrumento normativo que requer padrões para instituir a conformidade orgânica.”

Orientador/a: Joana Cabral de Oliveira

Departamento de Antropologia/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da CAPES. Mestra em Antropologia Social, também pelo PPGAS/Unicamp, com financiamento da FAPESP, e graduada em Antropologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: terra, território, territorialidades e processos sociais, Etnologia Indígena. Ainda, é membro do Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena (CPEI) da UNICAMP e, na mesma universidade, integra o Centro de Estudos Rurais (CERES); e é membro de corpo editorial do periódico “Maloca- Revista de Estudos Indígenas”. 

Pesquisa atual: “Terra verde: temporalidade e pessoa kiriri”

Resumo: "A pesquisa trata do povo indígena Kiriri do Rio Verde que, vindo de Muquém do São Francisco, Oeste da Bahia, ocupou, no início de 2017, uma terra no Sul de Minas Gerais, no bairro rural Rio Verde, município de Caldas/MG. A permissão para permanecer na localidade, que tem seu proprietário legal o estado mineiro, foi concedida pelo verdadeiro dono da terra: um antigo Tapuia que apareceu na Ciência. É também na Ciência, momento em que os Kiriri entram em contato com seus encantados, que a pessoa kiriri é construída. Ainda, como dizem, a criança kiriri que nasce, é batizada e cresce no Rio Verde, participando dos rituais da Ciência e do Toré, poderá contar melhor a história do lugar. Assim, objetiva-se compreender como a construção da pessoa se vincula à terra e à historicidade própria dos Kiriri, evidenciando uma temporalidade específica. Pretende-se compreender de que maneira a construção da pessoa está intimamente ligada aos rituais, momento em que a política kiriri é evidenciada. Ademais, para se construir enquanto liderança, o chefe kiriri do Rio Verde saiu de Muquém do São Francisco, caminhando em busca de uma nova terra para seu povo. Depois de encontrar a terra verde no Sul de Minas Gerais, a liderança afirma estar começando sua história agora e que querem que contem sua história do Sul-mineiro em diante. Assim, temos uma articulação entre tempo, terra, caminhar e a construção de lideranças que se fazem no caminho. Assim, a pesquisa visa explorar a equação terra, pessoa e tempo."

Orientador/a:  Emília Pietrafesa de Godoi

Departamento de Sociologia/Unicamp

Doutoranda em Sociologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Possui mestrado em Sociologia (2020), bacharelado (2017) e licenciatura (2018) em Ciências Sociais, na mesma instituição. Realizou intercâmbio universitário na graduação na Monash University South Africa (2015). Cursou especialização em Políticas Públicas para Igualdade na América Latina, pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO, 2018) e foi extensionista da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da UNICAMP (2014/2015). É membro do Centro de Estudos Rurais (CERES) da UNICAMP, e compõe o comitê editorial da Revista Temáticas. Atua principalmente com os seguintes temas: estudos de gênero, teoria e pensamento sociológico, estudos pós-coloniais, estudos rurais e movimentos sociais.

Departamento de Sociologia/Unicamp

Doutoranda em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da CAPES. Fez mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas e graduação em Ciências Sociais pela mesma universidade. Realizou doutorado sanduíche no Centro de Estudos de Gênero da School of Oriental and African Studies (SOAS), University of London, Inglaterra, e estágio de pesquisa de mestrado na Freie Universität de Berlim, Alemanha (2014). Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: teoria e pensamento sociológico, estudos de gênero e de nação, teorias pós-coloniais e sul global. É membro do Grupo de Trabalho de Oriente Médio e Mundo Muçulmano (GTOMMM-USP), da rede global pesquisadores Kurdish Studies Network (KSN), do Laboratório de Antropologia da Religião (LAR- UNICAMP) e membro de corpo editorial do Periódico “Temáticas” da UNICAMP, desde 2014.

Pesquisa atual: “Ideias de liberdade: o gênero como conteúdo da narrativa nacional curda.”

Resumo: “Em meu projeto de pesquisa investigo questões de gênero nas narrativas sobre a construção da autonomia curda no norte da Síria. A pesquisa teve início em 2016, com o início do doutorado e tem previsão de defesa em 2020. O trabalho de campo foi realizado na Inglaterra, especificamente na cidade de Londres, onde entrevistei representantes de organizações, ativistas e intelectuais curdos envolvidos com as dinâmicas de apoio aos povos curdos, e também acompanhei as atividades coletivas e protestos das comunidades curdas.”

Orientador/a: Mariana Miggiolaro Chaguri

Doutorando em Ciências Sociais/Unicamp

Doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da CAPES. Fez mestrado em Antropologia Social na Universidade Estadual de Campinas e graduação em Antropologia na Universidad del Cauca, Colômbia. Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: território e territorialidades negras, mineração artesanal de ouro e processos organizativos de comunidades negras, na Colômbia; e é membro do LaPPA – Laboratório de Pesquisa e Extensão com Povos Tradicionais, Ameríndios e Afro-americanos (IFCH/ UNICAMP).

Pesquisa atual: "Etnicidade, victimização e titulação coletiva nos territórios de ‘Comunidades Negras’ do norte do Cauca, Colômbia."

Resumo: “A tese analisa os processos de produção e transformação das identificações negras que se experimentam nos territórios de comunidades negras da região do norte do Cauca, na Colômbia, a partir das mobilizações e demandas ao redor da victimização e a reparação coletiva resultado do conflito armado interno colombiano.”

Orientador/a: José Mauricio Paiva Andion Arruti

Departamento de Antropologia/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da CAPES. Fez mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e graduação em Ciências Sociais na Universidade Estadual de Campinas. Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: Religiões no Mundo Contemporâneo, Corpo, sexualidade e práticas simbólicas, Etnologia Indígena, Histórias indígenas e contextos do indigenismo, e Territorialidades e processos sociais. É membro dos seguintes grupos de pesquisa: Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena (CPEI) da UNICAMP e, na mesma universidade, integra o Centro de Estudos Rurais (CERES); e é membro de corpo editorial do periódico “Maloca- Revista de Estudos Indígenas” e do periódico “PROA: Revista de Antropologia e Arte”.

Pesquisa atual: “Do agreste ao frio, da reserva à cidade: identidade e territorialidade xucuru-kariri em Caldas/MG".

Resumo: “Projeto de uma descrição etnográfica acerca da produção étnica dos índios nordestinos Xukuru-Kariri na cidade de Caldas-MG a partir de suas múltiplas estratégias de constituição de um território que engloba esse centro urbano e que, por ir além de sua aldeia oficializada pela FUNAI, é plástico. Partimos da noção de situação histórica para sugerir que o que se passa em Caldas é um processo de continuidade dos processos políticos do Nordeste. Ademais, consideramos etnografias sobre índios em contexto urbano para demonstrar a diversidade da agência indígena na afirmação da identidade étnica. Enfim, situamos nosso caso etnográfico (Xukuru-Kariri em Caldas-MG) entre as problemáticas lançadas tanto pelos estudos sobre os índios do Nordeste como entre os estudos de índios urbanos.”

Orientador/a:  Emília Pietrafesa de Godoi.

Departamento de Antropologia/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da FAPESP. Fez mestrado em Antropologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduação em Filosofia pela mesma universidade. Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: Amazônia, antropologia da técnica, manejo de recursos naturais, pesca e conservação da biodiversidade; e é membro do LaPPA – Laboratório de Pesquisa e Extensão com Povos Tradicionais, Ameríndios e Afro-americanos (CERES-IFCH) e membro de corpo editorial do periódico “PROA: Revista de Antropologia e Arte”.

Pesquisa atual: “Do pescador ao peixe: ecologia política do manejo de pirarucu no médio Solimões.”

Resumo: “A pesquisa busca compreender como diferentes modelos de conhecimento podem trabalhar juntos e cooperar em ações de conservação da natureza. O manejo participativo de pirarucu, criado na região do médio rio Solimões, AM, é o ponto de partida para essa investigação. Pescadores ribeirinhos e técnicos de pesca trabalham juntos em uma estrutura organizacional para regular a pesca de pirarucus e proteger lagos de várzea. As habilidades dos pescadores para lidar com os peixes são fundamentais para a existência desse manejo. Ferramentas de organização coletiva, monitoramento e avaliação do trabalho foram desenvolvidas por técnicos ao longo de anos de assessoria às comunidades. Atualmente, o manejo de pirarucus é um modelo replicado em diversos pontos da Amazônia brasileira, garantindo a conservação in situ de ecossistemas de várzea, segurança territorial e alimentar para as famílias, além da geração de renda. A colaboração entre conhecimentos científicos e tradicionais é uma parceria eficaz na criação de um novo modelo de produção.”

Orientador/a: Mauro William Barbosa de Almeida.

Doutoranda em Ciências Sociais/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da CAPES. Fez mestrado em Sociologia e Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará (PPGSA-UFPA/2019) e graduação em Antropologia na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: Processos Sociais, Identidades e Representações do Mundo Rural. É membro dos seguintes grupos de pesquisa: Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas cultura e Ambiente (SACACA), Programa de Extensão Patrimônio Cultural da Amazônia (Pepca- Ufopa) e faz parte do Laboratório de Pesquisa e Extensão com Povos Tradicionais, Ameríndios e Afro-americanos (LAPA), vinculado ao Centro de Estudos Rurais (CERES-Unicamp). Em 2020 sua dissertação foi selecionada para concorrer ao Prêmio ANPOCS de melhores teses e dissertações em Ciências sociais.

Pesquisa atual: “DO ENTORNO, À DENTRO, À FORA: territorialidade e movimento entre quilombolas no rio Trombetas."

Resumo: "Este projeto busca investigar em que medida os trânsitos e movimentos empreendidos no cotidiano das famílias quilombolas residentes no alto rio Trombetas informam sobre modos de organização política e sobre dinâmicas territoriais, conviventes com um empreendimento mineral há mais de 40 anos em Oriximiná-PA. Busco retomar questões observadas em uma experiência anterior de pesquisa na região para pautar o cotidiano móvel dessa população e compreender como se constrói sua territorialidade, entendimentos e expectativas, considerando o complexo minerador clavado no território onde vivem. Assim, pretende-se investigar, por meio da etnografia, como diversas expressões do movimento informam sobre a construção da territorialidade e a organização social e política dos moradores do Alto Trombetas. Seguirei os agentes da pesquisa de maneira multisituada, elegendo trajetórias no âmbito familiar\ comunitário e levando em conta as diferentes escalas pelas quais eles se inscrevem no contexto a ser pesquisado."

Orientador/a: José Maurício Arruti

Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Unicamp

Mestrado (em andamento) em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, Brasil. Fez graduação em Antropologia e Licenciatura em Ciências Sociais, ambos pela UNICAMP. Tem experiência na área de Antropologia com ênfase em Antropologia Rural, atuando principalmente nos seguintes temas: mobilidades, corporalidades, cafeicultura e migração. Foi premiada em 2º lugar em concurso de poesia pela Categoria Júri, Líria (Interme)diária.

Pesquisa atual: “‘Segue o som da maquininha’: corporalidades, temporalidades, circulações e gênero na colheita do café no sul de Minas Gerais.”

Resumo: “Através de trabalhos de campo que serão realizados em fazendas produtoras de cafés convencionais e orgânicos, buscar-se-à compreender as dinâmicas de trabalho, as relação com corpo, técnica, gênero e migração entre os apanhadores de café. Contribuindo assim com os debates teóricos feitos na área. Além disso, visa-se analisar as distintas temporalidades que operam na colheita e como outros agentes, como a geada, por exemplo, impactam a dinâmica e organização do trabalho rural.”

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera

Doutoranda em Ciências Sociais/Unicamp

Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, mestre em Antropologia Social pela mesma universidade e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC).  É pesquisadora do Centro de Estudos Rurais (CERES) desde 2016. Durante a graduação, enquanto bolsista de Iniciação Científica CNPq, a pesquisadora investigou os efeitos em populações locais, de políticas públicas de turismo no extremo litoral oeste cearense. Nesta pesquisa, interessou-se em compreender as transformações no município de Barroquinha (Ceará) e em seus distritos, estes atravessados pelo roteiro turístico "Rota das Emoções: Jeri-Delta-Lençóis". No mestrado, como bolsista CNPq, continuou na mesma região, onde desenvolveu sua pesquisa buscando compreender as formas e sentidos das relações entre política, família e herança em populações rurais de um pequeno vilarejo do município de Barroquinha. Investigou como se dá o entrelaçamento de práticas de casamento herdadas dos fundadores do vilarejo, em suas formas e sentidos a partir do envolvimento destas famílias com a política local . Atualmente, em sua pesquisa de doutorado, enquanto bolsista CNPq, a pesquisadora se debruça sobre as construções materiais e simbólicas do "paraíso" de Jericoacoara, famosa praia do litoral oeste cearense. Nesta pesquisa, são levadas em consideração as transformações que os habitantes e os territórios comuns da vila de Jericoacoara vem adquirindo ao longo de anos de investimentos públicos e privados, para a consolidação deste território em um paraíso mundialmente desejado. Neste contexto de pesquisa, o roteiro  turístico "Rota das Emoções: Jeri-Delta-Lençóis" atua como catalisador das mudanças sociais e é a partir dele que as mudanças serão percebidas. Assim, são levantadas questões que destacam os processos de internacionalização dos espaços, (des)territorialização de sujeitos em seus territórios originários e mercantilização dos espaços comuns. A pesquisadora possui como áreas de atuação: antropologia da política, parentesco, antropologia do turismo , territorialidade e populações em contextos rurais.

Pesquisa atual: “NA ROTA DAS EMOÇÕES: A VILA DE JERICOACOARA (CE) NA PRODUÇÃO MATERIAL E SIMBÓLICA DE UM PARAÍSO.”

Resumo: “A presente pesquisa tem por objetivo compreender como se dão as construções materiais e simbólicas do “paraíso” Jericoacoara, distrito do município de Jijoca de Jericoacoara, distanciada a aproximadamente 300 km da capital Fortaleza. Buscando identificar e entender como se dão os processos de transformação deste litoral, busca-se analisar os mecanismos de apropriação e usos dos espaços comuns dentro do território da vila e dos processos de institucionalização desta construção social que é a noção de paraíso, esta, amplamente utilizada há mais de vinte anos, seja através da iniciativa privada, por meio dos prestadores de serviços do trade turístico, seja pelo estado brasileiro, em suas esferas municipal, estadual ou federal.  Levando em consideração o desenvolvimento do turismo no litoral cearense desde a década dos anos de 1980, objetiva-se pensar tal dinâmica dentro de uma perspectiva mais ampla, na qual leva-se o turismo enquanto um fenômeno mundial de mercantilização dos espaços, das experiências, de desapropriação dos territórios e dos espaços comuns.” 

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera.

Departamento de Antropologia/Unicamp

Doutorado (em andamento) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, com bolsa da Fapesp. Fez mestrado em Antropologia Social na Universidade Federal de Goiás (UFG) e graduação em Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo) pela mesma universidade. Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: memórias, narrativas, lutas camponesas e a relação movimento e territorialidade (no campo da Antropologia); e é membro do Centro de Estudos Rurais (CERES) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Em 2011, recebeu uma Menção honrosa pelo filme Trombas e Formoso: Memórias de uma Luta, IX Mostra ABD Cine Goiás/ Associação Brasileira de Documentaristas de Goiás - ABD-GO.

Pesquisa atual: “A vida é boa a gente andando: uma etnografia da história de movimento dos habitantes de Trombas e Formoso (GO).”

Resumo: “Dedica-se a etnografar as práticas de movimento e conhecimento dos habitantes de Trombas e Formoso, região norte do estado de Goiás. Busca compreender os ritmos, os caminhos e as ciências que orientaram o movimento da luta pela terra que ali se produziu na década de 1950. Para tanto, importa pensar nos contrastes, nas modulações e nos ritmos do andar das pessoas que percorrem paisagens e caminhos que reúnem narrativas e memórias desde os tempos em que ali era tudo gerais. Nesse sentido, a etnografia percorre o andar das pessoas que chegaram, ficaram e possearam as terras, em um tipo de permanência que passa a reordenar as práticas de movimento e as ciências. Tratam-se de práticas inscritas nas memórias de uma luta que se apresenta em uma historiografia oficial como um evento conflitivo, de caráter armado, e atrelada à atuação emblemática do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Contudo, este trabalho parte da hipótese de que a experiência da luta se faz entrelaçada à socialidade, na qual passado e presente se fazem trocidos em um mesmo fio.”

Orientador/a: Nashieli Cecilia Rangel Loera.

Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Unicamp

Doutoranda em Ethnologie et Anthropologie Sociale pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) em co-tutela com o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com bolsa da FAPESP. Fez mestrado em Ethnologie et Anthropologie Sociale pela EHESS, mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: antropologia rural, antropologia do mercado, cartografia social, etnicidade, territorialidades, povos tradicionais; e é membro dos seguintes grupos de pesquisa: Centre européen de sociologie et de science politique (CESSP) e Centro de Estudos Rurais (CERES).

Pesquisa atual: “A qualidade dos queijos da região da Auvergne: um estudo sobre as relações entre a expertise científica e o fomento das denominações de origem.”

Resumo: “O projeto de pesquisa tem como escopo uma importante estratégia de valorização de produtos agroalimentares: as denominações de origem. As appellations d’origine protégée (AOP) são um sistema de certificação baseado na noção de terroir cuja definição remete às especificidades geográficas, sociais e históricas do processo de manufatura de determinados produtos agroalimentares sustentando a proteção da origem como estratégia de valorização. A inserção das appellations d’origine contrôlée (AOC) para além do território francês, com o reconhecimento das AOP junto a União Europeia e Organização Mundial do Comércio, desencadeou um processo de legitimação dos selos via intensificação de critérios produtivos. Considerando que esse contexto gerou uma série de controvérsias pela categorização da qualidade dos queijos, o projeto tem como objeto a construção social da qualidade dos queijos AOP da região francesa da Auvérnia. Para tanto, há dois eixos principais de análise: o primeiro visa conhecer o papel da expertise científica no processo de legitimação das AOP, uma vez que se constatou a existência de uma rede cientistas e profissionais que trabalham pela promoção e desenvolvimento das AOP. O segundo eixo está interessado na recepção desses critérios pelos produtores de leite e produtores de queijo, visando conhecer as propriedades sociais dos produtores que integram (ou não) sua produção em tal mecanismo de certificação.”

Orientador/a: Emília Pietrafesa de Godoi (UNICAMP) e Afrânio Raul Garcia Jr. (EHESS).

Programa de Pós-graduação em Antropologia Social/Unicamp

Possui graduação em Sociologia (2010) e graduação em Antropologia Social (2016), ambas pela UNICAMP. Em 2017, concluiu o mestrado em Antropologia Social com bolsa da CAPES. Atualmente, é doutorando na mesma área de pesquisa na UNICAMP e bolsista FAPESP. É pesquisador colaborador do Laboratório de Antropologia, Territórios e Ambientes (LATA), vinculado ao Centro de Estudos Rurais (CERES).

Pesquisa atual: “A pesquisa é realizada junto às comunidades caiçaras que vivem há séculos na região conhecida como Jureia, localizada no litoral sul do Estado de São Paulo. O trabalho envolve a análise dos efeitos sociais do 'meio ambiente', compreendido como uma instância ontológica que sustenta tanto as condutas sociais como a formação de instituições e de políticas de preservação ambiental que violam direitos de comunidades tradicionais. O problema central reside em compreender as práticas e os sistemas de conhecimentos que orientam as ações de agentes e de instituições do governo que, sob a legitimidade da proteção ambiental, empreendem diversos tipos de violência contra as comunidades caiçaras. A novidade é que o problema é analisado etnograficamente através das formas de 'resistência' no território tradicional caiçara, as quais incluem a atividade do pesquisador na produção de documentos, em atividades nas associações de moradores e na participação em projetos científicos de âmbito nacional e internacional. Desse modo, a pesquisa aborda as relações político-científicas entre grupos acadêmicos e comunidades caiçaras como parte das relações sociais e da produção normativa, bem como da cristalização de conceitos críticos ao consenso coercitivo da preservação ambiental. As implicações internas, isto é, intersubjetivas, da atividade antropológica estão no centro dessa problemática, uma vez que, na perspectiva caiçara, múltiplas mediações epistêmicas e da experiência são necessárias para se desvencilhar do 'olhar do meio ambiente'.”

Doutoranda em Ciências Sociais/Unicamp

Graduação em Ciências Sociais - Modalidades Política e Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (2008) e mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (2012). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Jurídica, Sociologia da Cultura e Sociologia Rural. Dedica-se ao estudo da Sociologia Jurídica e da Sociologia da Cultura e das questões étnicas e raciais em diferentes contextos. Atualmente é doutoranda no Programa de Doutorado em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com a orientação do Prof. Dr. José Maurício Arruti e integra o Coletivo Quilombola, orientado pelo mesmo professor. Foi bolsista-intercambista do Humanas Sem Fronteiras - Edição 2014.

Pesquisa atual: “Territórios da (R)existência: quilombos e rebelados”.

Resumo: "A tese apresenta a trajetória da comunidade dos rabelados, que estão na região de Espinho Branco, interior da Ilha de Santiago, Cabo Verde.”

Orientador/a: José Maurício Arruti

Doutorando em Ciências Sociais/Unicamp

Doutorando em Ciências Sociais, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com bolsa do CNPq. Possui Mestrado em Ciência Política e Estudos Africanos e Licenciatura em História pela Universidade Pedagógica -Moçambique. É Assistente Estagiário, no Departamento de Letras e Ciências Sociais da Universidade Rovuma (Extensão de Cabo Delgado- Moçambique). Entre 2015 a 2017, coordenou o Projecto de Extensão sobre Mineração e Comunidades Locais em Montepuez. Em 2016, foi destacado vencedor do Prêmio de Ciências Sociais da Escolar Editora, para publicação em um livro de Pesquisa: Mineração Artesanal e comunidades locais em Namanhumbir, Montepuez- Moçambique. É membro do Centro de Estudos Rurais (CERES) e do Centro de Estudos de Migração da UNICAMP. É membro do Comitê Editorial da Revista Kulambela (e-ISSN: 2518-4466) da Universidade Rovuma. Sua área de pesquisa inclui estudos sobre conflitos nas áreas de Mineração Artesanal e Industrial, Dinâmicas e Mobilidade no espaço Rural; Mineração Artesanal e Desenvolvimento de Políticas Comunitárias; Gênero, Saúde, Educação e Políticas Públicas em áreas de mineração no norte de Moçambique.

Pesquisa Atual: “Entre “vientes” e nativos: mineração, mobilidade, violência e (re) existências em Montepuez, Moçambique.”

Resumo: “A interação entre comunidades nativas e imigrantes têm despertado atenção sobre a permanente relação entre pessoas e as suas afeições de pertencimento sobre um determinado lugar. Em Moçambique, a guerra civil havida logo a seguir à independência nacional, foi caracterizada por uma histórica mobilidade de pessoas das zonas rurais (onde os conflitos eram mais intensos) para os centros urbanos, em busca de refúgio tanto quanto de possibilidades de emprego e acesso a serviços sociais básicos. Chegados aos centros urbanos, o estranhamento dos nativos ou estabelecidos perante os vientes, motivaram a criação de várias redes de solidariedade e acolhimento entre grupos de conterrâneos, e delas surgiram vários bairros, etnicamente localizáveis. Em Montepuez, Província de Cabo Delgado, a descoberta de enormes jazidas de pedras preciosas, com destaque para o rubi, inverteu a direcção dessa mobilidade, trazendo pessoas de origens diversas, dos grandes centros urbanos para o pequeno Posto Administrativo de Namanhumbir. Diante desses eventos, as discussões sobre o lugar “daqueles que vem de fora” nas comunidades de acolhimento, tanto no passado quanto no presente, categorizam tanto os rongas de Maputo, ndaus e senas de Sofala tão estrangeiros quanto os guineenses ou tailandeses, e por isso chamam-lhos de “vientes” (referente a aquele que veio). Com base em trabalho de campo realizado entre as aldeias de Nanhupo, N’seue, Nanune e Namanhumbir- sede, a partir de 2011 e através de análises de extensivos dados sobre a interação entre nativos e vientes, pretende-se com esta pesquisa pensar a mobilidade e as suas múltiplas dimensões, e como elas se apresentam para Montepuez e seus nativos na luta e reivindicação à ideia de pertencimento à sua terra. Essas experiências, significativas para a vida local, são examinadas através de vocabulários e categorias particulares dos nativos: os donos da terra; os “vientes”; morrer pela nossa riqueza e recuperar nossa terra, que se configuram como novos códigos e valores do conflito entre o nativo e estrangeiro, entre a modernização do habitat rural e a (re) existência dos saberes tradicionais que estão em volta do universo em estudo.”

Orientador/a: Emília Pietrafesa de Godoi